Domingo, 22 de Abril de 2007
Foi brusco, sem aviso:
- FARTEI-ME DE TI!!!! - o som das palavras pareceu ter ficado prolongado no tempo e a seguir, como é habitual nestas situações, houve silêncio.
Fartei-me do meu pc, ou melhor da minha necessidade de ter o pc ligado, de navegar pela net. Hoje decidi desligar mais cedo e ficar a ler (em papel)
Quinta-feira, 12 de Abril de 2007
A frieza dela conseguia destruir todas as oportunidades de lhe revelar os meus sentimentos; aproveitava os seus momentos de distracção para deixar os meus olhos percorrerem os seus cabelos compridos e a sua doce pele branca, imaginava a minha mão a trilhar cada recanto do seu ser, corpo e alma. Mas ela era tão fria que o seu olhar matava a minha vontade de me confessar.
As estratégias mais refinadas foram elaboradas pela minha mente, sempre com o objectivo de a capturar nos meus lençóis e juntos ficarmos envolvidos em momentos eternos de prazer. No entanto, a época gelada parecia não sair dos olhos dela e da boca fechada que não ousava sorrir. Até ao dia em que apareceu molhada em minha casa, após uma chuvada. Furiosamente agrediu-me com uma chapada, e sem mais explicações disse-me que nunca mais me queria ver, nesse dia não, mas vá lá que lhe consegui ver os dentes e ouvir a sua voz.
Estou desempregado apesar de ter emprego. Falo de um desemprego da minha área de formação, que por a ter escolhido assumo que é uma das minhas paixões. Vejo-me assim a optar por ruas secundárias em termos profissionais e a apostar na minha actualização através de pesquisas solitárias (e fora de horas).
Longe de desistir, tenho focado o meu esforço na procura de soluções que me interessem. Não quero ficar acomodado a uma situação que não me vai levar a lado algum, por isso já está decidido que vou largar o meu actual emprego e regressar à minha cidade natal. Claro que esta decisão agrada-me e assusta-me em simultâneo, a simples ideia de voltar a ficar sem actividade profissional mais de uma semana é aterradora. Mesmo com medo avançarei, a data de execução do plano é o mês de Junho.
Quarta-feira, 11 de Abril de 2007
Porque uma
amiga me sugeriu, comprei: Crónicas do Pássaro de Corda.
É a minha leitura depois de umas semanas entretido com: "Clube Arcanum", "A Cura de Schopenhauer" e "Quando Nietzsche chorou" (recomendações que deixo).
Com a minha auto-prescrição de leitura diária, o tempo que tenho nas mãos parece-me mais doce.
Terça-feira, 10 de Abril de 2007
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão -- e nada mais!
Texto: Antero de Quental
Segunda-feira, 9 de Abril de 2007
Está por todo o lado, oceanos de informação; eu numa pequena jangada a tentar sobreviver e a aprender.
Domingo, 8 de Abril de 2007
Vai haver um dia em que o sol vai amanhecer e tu já não vais estar cá para o ver. Puro e duro: não vais mesmo ver mais nada.
Nem sorrir, nem cantar, nem amar, nem correr, nem ter de aturar parvoíces... A minha filosofia é que devemos aproveitar a vida enquanto estamos vivos; desconheço se existe Deus ou alguma forma de reencarnação; sei que existe a morte, é garantido, cada dia que passa está mais perto.
Até ao último suspiro, gostaria que momento fosse de entrega total à vida.
Sábado, 7 de Abril de 2007
Vivo num país pequeno com grande potencial, que tem feito muito para ser medíocre. Há dias em que parece estar a tornar-se numa terra de loucos, mas depois quando ando por aí a passear e contacto com pessoas desta terra mudo de ideias e fico a acreditar que estamos numa má fase. Fase esta que terminará em breve, se todos nós nos esforçarmos para pensar, agir e viver de acordo com um ideal maior.
Sexta-feira, 6 de Abril de 2007
É uma manhã de sexta-feira em tudo estranha, parece não haver som algum do outro lado da minha janela. Também não ouço qualquer voz humana desde que me deitei ontem à noite. Esta é a banda sonora do fim do mundo, o silêncio que invade, talvez grave um cd com ele para partilhar com vocês este momento.
A minha voz torna-se agora as minhas letras e surge um novo som, o de pressionar o teclado. Dou 3 vistas de olhos ao meu Msn na esperança que alguém surja online para poder comunicar.
Há dias maus para estar sozinho porque simplesmente não é o que nos apetece.